“Continuando a fumar, as futuras mães atentam gravemente contra a saúde dos seus filhos, pois reduzem com isso a quantidade de sangue e oxigénio que lhes fornecem.
Com efeito, o tabaco tem efeitos vasoconstritores, isto é, faz diminuir o calibre das artérias, especialmente o das que irrigam a placenta. Há nesse facto um grave risco de poluição fetal. Um único cigarro faz com que o coração do feto bata com 10 a 20 pulsações a mais por minuto. Já está verificado que um filho de fumadora apresenta atrasos psicomotores em relação aos filhos das mulheres que não fumam. O tabaco é responsável por 20% dos abortos espontâneos. A placenta não filtra a nicotina nem os demais tóxicos, de modo que uma mulher grávida que fume comunica à criança que traz em gestação a totalidade dos tóxicos que absorve.
A percentagem média de óxido de carbono no sangue é particularmente eloquente: 1,2% na mulher que não fuma e 0,7% no respetivo feto – em comparação com 8,3% na mulher que fuma e 7,3% no feto. O resultado são abortos espontâneos ou nascimentos prematuros (que podem prejudicar o desenvolvimento psicomotor da criança). Se a gravidade continuar até ao seu termo normal, a criança nascerá com peso inferior ao normal e terá maior risco de morte pré-natal: por exemplo, 4500 mortes nos Estados Unidos e 1500 em Inglaterra são imputáveis todos os anos ao uso do tabaco pelas mães. As estatísticas francesas apresentam 28% nado-mortos quando as mães continuam a fumare 8% no caso contrário.
O risco de parto hemorrágico é também maior. E, o que é mais grave, sabe-se de fonte segura que são mais frequentes os casos de lábio leporino e de fendas palatais nas crianças nascidas de mães fumadoras.
Em certos países, como, por exemplo, no Japão, a simples presença de uma mulher grávida num lugar público equivale a uma proibição geral de fumar.
Se a leitora está a amamentar, tome cuidado. A nicotina também passa para o leite. Há que evitar fumar para poupar a criança. A atmosfera carregada de fumo é um verdadeiro veneno também para as mucosas em formação das crianças. Quando elas respiram o fumo, ficam mais expostas a contrair afeções respiratórias e bronquites crónicas: rinofaringites, sinusites, bronquites recidivantes e de efeitos esgotantes, quer para as pequenas vítimas quer para os seus pais.”
Fonte: Roger, Jean Luc; Como Deixar de Fumar; Publicações Dom Quixote, 1984, 71308