Matthew Walker no livro “Porque dormimos?” dá um exemplo de como é possível atingir uma reforma do sono no local de trabalho.
“A gigantesca seguradora Aetna, que tem quase 50 mil funcionários, instituiu uma opção de receber um bónus por dormir mais, com base nos dados obtidos por um medidor de sono. Como o CEO da empresa, Mark Bertolini, descreveu: “Estar presente no local de trabalho e tomar decisões está intimamente relacionado com os valores da nossa empresa.” E acrescentou: “ Uma pessoa não pode estar preparada se estiver meio a dormir.” Se os funcionários conseguirem atingir os valores de sono proposto durante 27 noites seguidas, recebem um bónus de 25 dólares por noite, ou até um máximo total de 500 dólares.
Alguns podem desdenhar do sistema de incentivos de Bertolini, mas desenvolver uma nova cultura empresarial que toma conta de um ciclo de vida inteiro de um funcionário, de noite e de dia, é tão economicamente prudente como compassivo. Bertolini parece saber que o valor bruto dos benefícios para a empresa que um funcionário representa é considerável. O retorno do investimento no sono em termos de produtividade, criatividade, entusiasmo no trabalho, energia e eficiência – já para não falar da felicidade, que faz com que as pessoas queiram trabalhar na sua empresa e ficar lá – é inegável.
Bertolini ultrapassa as noções erradas sobre como é melhor sobrecarregar os funcionários com dias de trabalho mais de 8 horas, esgotando-os num modelo de disponibilidade e produtividade cada vez mais baixa, recheada de faltas por doença, enquanto se institui uma moral baixa e grandes taxas de mudança de funcionários.
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