Embora estes termos sejam utilizados como sinónimos, representam tipos de crises distintas.
Quando se manifestam, ambas as crises enviam mensagens ao sistema nervoso que ativam o nosso instinto de «lutar, congelar ou fugir», necessário para quando enfrentamos uma ameaça ou situação perigosa.
Nesse processo, ocorre uma descarga de cortisol e adrenalina no organismo e uma série de respostas do corpo físico, como o tensionamento dos músculos, o aumento dos batimentos cardíacos, a aceleração da respiração, entre outras.
Normalmente acontecem perante situações corriqueiras que não apresentam ameaça alguma à vida, segurança, ou bem-estar individual. No entanto, para a pessoa ansiosa ou em pânico, estas são intimadoras ou assustadoras.
As principais diferenças entre uma crise de ansiedade e uma de pânico estão na causa e na forma como os sintomas são percebidos.
Enquanto o ataque de pânico aparece quase de forma espontânea, a crise de ansiedade acontece depois de um período de preocupação excessiva por causa de um acontecimento ou situação específica.
Na crise de ansiedade, as pessoas têm dificuldade em pensar logicamente sobre um acontecimento que está para acontecer e passam longos períodos de tempo a sofrer por antecipação. No ataque de pânico, que acontece inesperadamente, isto não se verifica.
Os sintomas de crise de ansiedade são tipicamente de menor intensidade do que os da crise de pânico. No caso de ataque de pânico, os sintomas são extremamente intensos mas desaparecem numa questão de minutos (dependendo do caso, pode levar mais ou menos tempo); na ansiedade são mais brandos mas persistem por longos períodos de tempo.
Quando os sintomas são percebidos, a primeira coisa é procurar ajuda.
A primeira experiência de uma crise de ansiedade ou de um ataque de pânico pode ser facilmente confundida com um ataque cardíaco.
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/03/19/qual-e-a-diferenca-entre-sindrome-do-panico-e-crise-de-ansiedade.html
É necessário uma avaliação médica para despiste de outras causas para o que aconteceu.
Algumas pessoas podem alegar não sofrer de ansiedade e pânico mesmo após terem tido uma crise.
A verdade é que qualquer pessoa, independentemente de possuir uma perturbação mental, pode ter uma crise de ansiedade e/ou ataque de pânico. Isto acontece, contudo, somente em situações de muito stresse.
Quando os sintomas de crise de ansiedade e pânico se manifestam no dia a dia, em circunstâncias corriqueiras e que fazem parte da rotina da pessoa, é um sinal de que a sua saúde mental precisa de cuidados.
Seromenho, S. (2022). Não é Loucura, é Ansiedade – Primeiros Socorros para Combateres a Doença do Século. Lisboa: Contraponto.