O que é o stress e o que provoca? – causador de ansiedade…

O que é o stress e o que provoca? – causador de ansiedade…

Como é que a resposta ao stress funciona e como é que o excesso de stress se torna o principal causador da epidemia de ansiedade e depressão? Uma breve revisão vai ajudá-lo, enquanto progenitor, a compreender a importância da gestão do stress na proteção do seu adolescente.

O sistema de resposta ao stress inicia-se no cérebro, onde níveis mais elevados analisam atentamente o nosso mundo e avaliam qualquer coisa que seja perigosa ou exigente. Quando um fator de stress é detetado ( e poderá ser uma emoção ou uma ameaça), a amígdala (resposta ao medo), o hipotálomo (avaliação emocional) e a glândula pituitária (sinalização de emergência) despoletam a resposta ao stress –também apelidado de resposta “luta ou foge”.

https://www.saberatualizado.com.br/2019/09/luta-ou-fuga-nao-e-disparado-pela.html

Existem duas fases nesta resposta. Na primeira fase, um sinal de um nervo na parte interior das glândulas adrenais (uma acima de cada rim) liberta o primeiro grupo de hormonas, dos quais a adrenalina (também chamada de epinefrina) é a mais conhecida. A adrenalina realça um sentimento de bem estar e é por isto que podemos tornar-nos adictos (dependentes).

Enquanto estas hormonas são libertadas, o sistema nervoso simpático é ativado, aumentando o nosso ritmo cardíaco, pressão arterial e respiração, para nos ajudar a lutar ou a fugir.

O corpo também reage ao aumentar o bombear do sangue para os músculos nos braços e pernas (para correr mais rápido), ou mãos e pés frios ou transpirados (de modo a podermos agarrar-nos melhor às coisas). Isto também é responsável por níveis de colesterol aumentados, o que faz parte da resposta ao stress. Se não for tratada, esta reação pode causar uma doença cardiovascular.

A primeira fase dura cerca de 10 dias, se o fator stress permanecer. Se a crise não for resolvida nessa altura, a segunda fase é despoletada. Neste ponto, um mensageiro químico (hormonas) é enviado para uma camada exterior das glândulas adrenais, caso a via do nervo tenha sido afetada. Este mensageiro diz às glândulas adrenais para libertarem outro grupo de hormonas de stress necessárias ao combate do stress de longa duração. Duas das principais hormonas envolvidas são o cortisol e a cortisona, e ambas ajudam a combater a inflamação e a obter energia armazenada na gordura, utilizando-a onde é necessária.

Se estas hormonas de emergência fossem as únicas a combater, as coisas não seriam tão más. Só que em  conjunto com todas as outras hormonas adrenais estão explosões efervescentes das hormonas sexuais. Em conjunto elas fazem uma mistura poderosa e disruptiva!

O jorro das hormonas de stress impacta virtualmente todos os sistemas do corpo, da cabeça aos pés. Cinco sistemas principais respondem ao stress (principalmente adrenalina e cortisol) e podem ficar gravemente comprometidos pelo stress prolongado:

  1. Sistema cardiovascular. O aumento da pressão arterial e do colesterol tornam-nos mais propensos a doenças coronárias.
  2. Sistema imunitário. Uma atividade reduzida do sistema imunitário torna-nos mais suscetíveis a infeções virais e de outros tipos.
  3. Sistema analgésico. O número reduzido de endorfinas aumenta a nossa experiência à dor.
  4. Sistema de relaxamento. Um número reduzido de calmantes naturais do cérebro torna-nos mais propensos a distúrbios de ansiedade, especialmente a ataques de pânico.
  5. Sistema da “felicidade”. A interferência com os neurotransmissores torna-nos propensos à depressão.

Existem outros sistemas que também são afetados pelo stress: o sistema endócrino, o sistema digestivo e o sistema respiratório. Eventualmente, quando o cérebro decide que a situação já não é perigosa, o estado de emergência passa e o corpo começa a relaxar e a acalmar e os níveis de hormonas de stress decaem. Isto pode ser facilitado pela “resposta de relaxamento”. Aprender formas de diminuir as hormonas de stress é essencial para se recuperar dele, bem como da maior parte dos distúrbios de depressão e ansiedade.

Fonte:

Arch Harta e Catherine Hart Weber. (2005). Stress ou Depressão? Nashville: Tipografia Lousanense, Lda. Pág 44, 45 e 46